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Ghosting: O Silêncio que Dói – Efeitos na Autoestima

Você já viveu o desaparecimento repentino de alguém com quem estava se conectando emocionalmente?
Se a resposta for sim, você provavelmente já passou pelo ghosting — um comportamento cada vez mais comum nas relações modernas. Isso é especialmente verdadeiro em tempos de aplicativos e conexões rápidas. Para brasileiros que vivem fora do país, essa experiência pode ser ainda mais dolorosa, pois toca diretamente em questões como vulnerabilidade emocional, solidão, autoestima e pertencimento.

Neste artigo, vamos explorar o que é o ghosting, por que ele acontece com tanta frequência no exterior e como seus efeitos podem impactar profundamente a saúde mental de quem já está lidando com os desafios da vida longe de casa. Além disso, refletiremos sobre estratégias saudáveis para lidar com esse silêncio e resgatar sua autoestima de forma consciente.


O que é Ghosting?

A palavra ghosting vem do inglês ghost (fantasma). Ela descreve o comportamento de sumir abruptamente de um relacionamento — seja ele amoroso, de amizade ou até profissional — sem dar explicações, sem responder mensagens, sem dizer adeus.
É como se a pessoa simplesmente se transformasse em um fantasma digital: estava lá, e de repente… desapareceu.

Embora o fenômeno não seja novo, ele ganhou força com o aumento das interações online. Afinal, em um mundo em que as conexões são mais rápidas e menos profundas, tornou-se fácil “encerrar” um vínculo simplesmente ignorando o outro.


Por que o Ghosting machuca tanto?

O impacto do ghosting vai muito além do incômodo momentâneo. Ele desencadeia sentimentos intensos de rejeição, dúvida, ansiedade e até vergonha. Isso ocorre porque, ao ser ignorado sem explicação, o cérebro busca desesperadamente um sentido. No entanto, como não encontra, ele cria hipóteses — que geralmente são autocríticas:

  • “Será que eu fiz algo errado?”
  • “Será que eu não sou bom o suficiente?”
  • “Será que nunca vou ser amado de verdade?”

Portanto, esse processo afeta diretamente a autoestima, especialmente quando já há um histórico de abandono ou insegurança emocional. Para brasileiros vivendo fora do país, esse tipo de comportamento pode ser ainda mais delicado. Afinal, muitos já estão emocionalmente fragilizados pela distância da família, da cultura e dos vínculos profundos.


Ghosting no exterior: por que parece acontecer mais?

Embora o ghosting aconteça em qualquer lugar do mundo, quem vive no exterior tende a perceber isso com mais frequência ou intensidade. Isso acontece por alguns motivos específicos. A seguir, veja os principais:

1. Relacionamentos mais fluidos e passageiros

Em grandes cidades europeias ou em contextos de intercâmbio e imigração, as relações são muitas vezes mais voláteis. Pessoas vêm e vão, os compromissos são incertos, e poucos se sentem prontos para se comprometer de fato.
Consequentemente, os vínculos se tornam mais frágeis.

2. Choques culturais

O que no Brasil seria visto como falta de educação, em alguns países é encarado com naturalidade. A cultura da objetividade (ou frieza) em determinados contextos pode contribuir para o distanciamento emocional e para a normalização do silêncio como resposta.

3. Falta de rede de apoio

Quando estamos em nosso país de origem, um ghosting pode ser amenizado por amigos, família ou um sistema de apoio.
Contudo, no exterior, muitas vezes o imigrante se vê sozinho com sua dor, sem ter com quem compartilhar ou validar sua experiência.

4. Carência emocional

Muitos brasileiros relatam que se tornam mais abertos ou vulneráveis a relacionamentos ao viver fora. A busca por acolhimento e conexão pode acelerar vínculos.
No entanto, isso também torna a dor do abandono ainda mais intensa.


O impacto do ghosting na autoestima

A autoestima é o modo como nos vemos e nos sentimos em relação a nós mesmos. Quando alguém desaparece da nossa vida sem explicação, principalmente quando tínhamos expectativas emocionais, isso pode causar:

🔹 Autocrítica intensa

A pessoa começa a se culpar e a se questionar excessivamente.
“O que há de errado comigo?” é uma pergunta frequente.

Se você percebe que vem se envolvendo repetidamente com pessoas que somem, desvalorizam ou machucam, pode estar preso(a) a padrões de vínculos prejudiciais. Saiba mais em: Relacionamento Tóxico: Como Identificar e Romper com Ciclos Destrutivos.

🔹 Sensação de invisibilidade

É comum a sensação de ser “descartável” ou não importante.
“Parece que minha presença nem fez diferença.”

🔹 Medo de novos vínculos

O trauma do ghosting pode fazer com que a pessoa crie barreiras emocionais.
Como resultado, ela começa a evitar se abrir ou confiar, com medo de passar por tudo de novo.

Uma forma eficaz de se proteger sem se fechar para o amor é fortalecer seu senso de segurança emocional. Veja como no artigo: Como Desenvolver um Apego Seguro.

🔹 Desvalorização pessoal

Quando o ghosting acontece com frequência, pode surgir uma narrativa interna de que não se é merecedor de amor, afeto ou consideração.
Logo, essa crença prejudica novas relações.


Como lidar com o ghosting?

Embora não seja possível controlar as atitudes alheias, é possível aprender a cuidar de si com mais carinho, presença e respeito emocional. A seguir, veja algumas estratégias para resgatar sua autoestima após viver o ghosting:

Lidar com o silêncio de alguém pode ser tão difícil quanto lidar com hostilidade direta. Para outras situações complexas, veja o artigo: Como Lidar com Pessoas Difíceis: 7 Estratégias Baseadas em TCC

1. Evite a autocrítica excessiva

Lembre-se: o ghosting diz mais sobre a outra pessoa do que sobre você.
Frequentemente, quem escolhe desaparecer sem explicação está evitando lidar com conflitos, emoções ou até mesmo com a própria imaturidade.

2. Valide seus sentimentos

Você tem direito de se sentir triste, decepcionado, frustrado. Não tente acelerar sua recuperação ignorando a dor.
Pelo contrário, sentir faz parte do processo de cura.

Sentir é importante, mas aprender a lidar com essas emoções é essencial. Descubra algumas técnicas no artigo: Estratégias Inteligentes para Lidar com Emoções Difíceis.

3. Reforce seus vínculos reais

Converse com amigos, familiares ou pessoas de confiança. Compartilhar sua experiência com quem te acolhe ajuda a reorganizar suas emoções e a perceber que você não está só.

4. Busque ajuda psicológica

A terapia pode ser essencial para reconstruir a autoestima, entender padrões relacionais e aprender a se proteger emocionalmente sem fechar o coração.

Como psicóloga especializada em saúde mental de brasileiros no exterior, vejo com frequência como experiências como o ghosting ativam feridas emocionais profundas.
Ao mesmo tempo, também vejo a força de quem escolhe olhar para si e se cuidar.

5. Reavalie suas expectativas

Em muitos casos, colocamos uma carga emocional alta em relações que ainda estavam começando. Isso é compreensível, principalmente quando estamos mais carentes.
Entretanto, é importante aprender a observar, dar tempo e entender quem é o outro, antes de criar grandes expectativas.

6. Crie um novo significado para o silêncio

Você não pode mudar o comportamento do outro, mas pode mudar a forma como interpreta o silêncio.
Em vez de pensar “não sou importante”, experimente pensar “essa pessoa não soube ou não pôde me oferecer o que eu mereço”.
Com isso, você muda o foco da dor para o autocuidado.


Reflexões finais: o seu valor não depende da resposta de ninguém

Ser ignorado dói. Ser deixado sem explicação fere.
No entanto, você não precisa transformar o silêncio do outro em culpa sobre si mesmo.
A cultura do ghosting pode estar presente nas relações atuais, mas você pode escolher se relacionar com mais consciência, com mais verdade e com mais autocuidado.

Reconhecer seu próprio valor é um caminho contínuo — e ele começa com o simples gesto de se acolher, mesmo quando o mundo parece estar em silêncio.


E se você estiver vivendo isso agora?

Se você se identificou com esse texto, e sente que o ghosting deixou marcas difíceis de lidar sozinho, eu posso te ajudar.

👩‍💻 Atendo exclusivamente por videochamada, com abordagem em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), focada em saúde mental de brasileiros que vivem no exterior.
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Você não precisa enfrentar isso sozinha(o). Existe espaço para acolhimento, compreensão e reconstrução.

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